quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

ADEUS, MEU BEM.

Agradeço a Dalton Trevisan e Nelson Rodrigues. Dois cavalheiros inesquecíveis.Obrigada.


Calorão, sol desabando por cima de todo mundo, toca cambada pro clube se refrescar. Ciço Léo, anos depois, ainda não conseguia descrever o que sentiu ao ver Glorinha em um biquininho zombeteira sob o sol, nem sabia que ali era o começo do seu fim.

Com suingue de pernas e quadris o malandro não se aperta, bota uma cara de lobo e mais uma vez foca o começo das pernas da menina. Molecadinha coloca os olhos desse tamanho pro nêgo e Renato sente um frio na barriga ao ver o beicinho que Glorinha faz quando Ciço se aproxima, ele também já tinha sido olhado daquele jeito, Glorinha era fogo.

-Calorão heim, princesa.

-Ainda bem, que tou doida por umas marquinhas

-Não me diga e pra quê sol? Eu mesmo providencio.

-Tu é muio abusado

-E tu é muito gostosa.

Depois daquilo Glorinha e Ciço Léo toda noite se agarravam atrás da venda de seu Elias. Glorinha saía de casa dizendo que ia ao curso de inglês.Dona Clara adorando, nunca tinha visto a filha tão empolgada com os estudos. Blusinha xadrex, sainha plissada, meia soquete e sapato de saltinho, livro no colo. Bênça mãe? Abenção filha.

Ia pelos cantos de parede para ninguém reparar, curva feita na esquina encontra Ciço fumando um cigarrinho.Nunca tinha fumado maconha, da primeira vez ficou um pouco assustada, mas agora sempre pedia.

-Tu demorou

-Demorei nada.

-Tu tá pensando que me faz otário, tu tá muito enganada.

-Deixa de papo.

-Fala direito ou te meto a mão na cara.

-Mete que duvido.

Olhou aquele rosto de menina, Maria da Glória era fogo. Com um tapa derrubou os livros no chão. Devagar foi imprensado a menina na parede, Glorinha sentiu os joelhos tremendo, a língua de Ciço léo no seu pescoço.

- Tão bonitinha...

Devagar, devagarinho. O dedo fica manchado de baton. Sinto na hora a resposta da xoxotinha. Descerro os lábios, ele insinua o dedo e gira na minha língua. Só com a ponta me ponho a lamber, sou eu ou a outra safadinha lá em Recife? Todinha presa pela língua – não fosse ela, desferia vôo. Aí recolhe o dedo. Me ergue pela bunda e me beija. Sinto o pau duro na minha xoxotinha, ave santa...

- Tira a blusinha.

Desabotou afogueada, tomando cuidado para não perder nenhum botão, ele sem paciência, tentando arrancar tudo com as mãos enormes.

- Cuidado pra não estragar, mamãe briga.

- Cachorra! E ainda vem sem sutiã...que peitinho mais lindo!

Rodeia a língua babosa no meu mamilo duro. Primeiro um, depois o outro. Nenezinho mamando, suga filhinho. E de súbito abocanha. Todo o peitinho na sua boca escancarada. Perna já não tenho, o que me sustenta de pé? Só quero ser lambida. Abro devagar o fecho da calça e salta na minha mão a pica grande e dura, fico olhando extasiada, é toda minha.

- Levante a sainha, amor.(E eu? O que faço? Sim,meu senhor.)

- Fique de costas, mostre o teu rabinho.(Me viro, ergo a sainha.)

- Rebole essa bundinha.(E como empino o rabo, arisca feito eguinha nova.)

- Tire a sainha, querida. (Ela cai sem ajuda.)

- Agora bem devagar a calcinha...assim...Agora venha até aqui, não. De joelhos.

Dispensa mandar. Doce em boca de criança. Passo a língua na glande rubra, percorro meu picolé favorito, e ainda sem a calda. Beijo deliciada, ponho inteirinho na boca - é todo meu. Brusco e violento me suspende com as duas mãos.

- Tem dó de mim!

- Calaboca puta, que dó!

Enfia a pica na minha xoxota úmida, ansiosa, inchada. Mordo os lábios. Que estrelinha é aquela tão linda? Eu arreganhada, sendo socada por Ciço conta a parede, lindo feito cinema. Gozo no corpo inteiro, suspensa entre o céu e a terra. Gozo elevada no ar – veja, mãe, sem as mãos!

- Sabe o que pede uma eguinha como você? É tomar bem dentro do cuzinho.

- Ah, não. Isso, não. Tudo menos...

É tarde: me vira, tapando minha boca, enquanto me parte em duas. As lágrimas escorrem, o grito vem sufocado. Mas que prazer é esse que parte de um martírio? E empino o rabo abrindo as pernas, se é pra comer... Sinto a bundinha pulsando, latejando de puro tesão. Enquanto puxa meus cabelos, vou recebendo os últimos encontrões. Que estrelinhas lindas. Uma cadente. O puto me goza toda, aquela toalhinha molhada vai ter que dormir entre as pernas.

Já vestidos e recompostos, Ciço olha pra Glorinha:

- Amanhã, merma hora, se atrasar já viu.

- Devagar com o andor, meu bem.

Ciço Léo, é malandro de zona, já tinha cafetinado mulher. Teve que fugir depois que um dedo-duro deu com a língua pros tiras entregando o serviço da cocaína. Não teve jeito, veio se esconder na casa da avó. Por isso, lidar com uma colegial como Glorinha era o que menos preocupava o gazo. O que ele não esperava era que daquela relação em que ele mandava e desfazia pudesse nascer algo com o nome de paixão ou amor.

Certo dia, deu sete horas e Glorinha não apareceu, deu oito, nove e nada. Ele fantasiou desculpas, imaginou castigos. No outro dia o mesmo rojão e no outro e no outro. O nêgo pegou-se desacossoado, endoidecido. Onde andaria Maria da Glória? Descobriu-se apaixonado, obcecado. Amor não. Não admitia. Pergunta daqui e ali, descobriu assombrado que Maria da Glória havia fugido, nem os pais sabiam com quem, achavam que com algum professor do curso de inglês, porque nem bilhete ela deixara.

Do corpo da menina ele conhecia todos os pêlos, palmilhou cada recanto, o que ele não conhecia era seu gênio miraculoso, volúvel. Nunca quis saber de sua vida, queria era se atracar com ela e anos depois, quando Glorinha havia perdido o viço e se prostituía nas praias do Ceará, Ciço Léo ainda não conseguia descrever o que sentiu ao vê-la pela primeira vez.