quinta-feira, 12 de junho de 2008

As minhas namoradas

- Calda?

- Caramelo.

Achava que bem que podia amar aquelas mulheres. Essa história de sexo, desconfiava, era apenas uma necessidade muito ultrapassada, que Darwin fatalmente descobriria inútil àquela geração. Achava não, tinha certeza que queria casar com todas elas e os filhos seriam verbos e alguns adultérios consentidos e igualmente femininos.

Mas tinha pressa alguma. Uma falta de fome satisfeita com o sorvete coberto de calda e que derretia.

A rua, preenchida pela trilha sonora que saía de suas vozes bêbadas. O lambe lambe daquela doce e envolvente brincadeira. As idéias compartilhadas nunca levadas adiante.

E enquanto esperavam aqueles que não chegariam nunca, tinham a certeza de estar em ótima companhia.

6 comentários:

João Jales disse...

Importante é estar bem acompanhado. E isso, só nossos suspiros podem dizer.

V. disse...

uuummmm...

"por isso não provoque/é cor-de-rosa-choque..."

ainda assim, tão auto-suficientes e independentes, conservam no couro quente a cor da rosa latente... tsc, tsc, tsc... mujeres, mujeres...

mas vamos ao escambo!!

tô aki.

bacios!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Junú disse...

Hahaha! Adoro os escritos de vcs! Bjs querida! Saudades de vcs!

Mário Mariones disse...

2008, ano do desempenho Baudelaire

Flávio Alexandrino disse...

Massa essa passagem: "e os filhos seriam verbos e alguns adultérios consentidos e igualmente femininos".
Abraço, Ju.